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2008/02/13

Furgão oficina CP J 31100 (parte 3)


Será que associam esta imagem a algo?...
Sim, já aqui tinha perguntado se adivinhavam o que era... E não conseguiram...
Bem sei que é difícil de imaginar o que a seguir mostro!

Quando publiquei a parte 1 e a parte 2 sobre o Furgão oficina CP J 31100, que estava ao abandono na estação de Castro Verde, nunca imaginei fazer esta "parte 3"... (já agora informo que haverá uma "parte 4")!

Um ano depois voltei ao local para ver o que teria sobrado do furgão oficina, pois já tinha lido no fórum ParaFerroviário que o mesmo tinha sido destruído...
Para quem não está dentro do assunto, neste local existia um furgão oficina com cerca de 100 anos. Sei que metal com 100 anos (século XIX, passagem para o séc. XX) é apreciado por sucateiros, pelo seu grau de pureza ou porque não tem outras ligas à mistura...
Nota: Parto do princípio que o furgão foi destruído, para depois vender o metal e usar esse dinheiro para pagar as dívidas que dizem que a CP tem... Mas também poderá ter sido destruído só porque era velho...

Não compreendo como é que material com esta idade é assim destruído... Se foi guardado (ou abandonado) e resistiu durante tanto anos, porquê isto?
Será que não tinha interesse para um museu, nem que fosse um qualquer museu municipal, já que o Museu Nacional Ferroviário tarda em ver a luz do dia?
E será que não haveria uns entusiastas nacionais (ou internacionais) dispostos a pagar mais do que o seu peso em metal, para depois o restaurar e conservar?

O local está cheio de restos de metal e de madeira, bem como de outros elementos que passarei a identificar:
- Uma tampa de recipiente com a inscrição "Tudor Portugal"...
- Outra tampa com a inscrição "Lazeite, Lda Lisboa"...

- Um carimbo feito à mão num pedaço de cortiça com a palavra "Alvalade", certamente pertenceu a alguém que estava farto de escrever a palavra à mão...

- Um suporte metálico em "L"...

- E os restos de uma lata com a marca "M. Cruz Lisboa" que foi usada para fazer um modelo, ou algo parecido...

São pequenos elementos com pouco ou nenhum valor museológico, mas estou certo que poderiam ser material suplente para futuros restauros ou para servirem como material pedagógico no futuro Museu Nacional Ferroviário - para que as crianças que "gostam de ver com as mãos" pudessem mexer em "coisas antigas" sem qualquer problema...

3 Comentários

Anónimo disse...

Infelizmente é uma tradição das empresas públicas de destruírem selvaticamente o seu património histórico.

Foi o que aconteceu, por exemplo, nos anos 90, quando a Carris destruíu à marretada a frota de eléctricos antigos (tirando as poucas dezenas que ainda existem), para os venderem para a sucata.

Isto apesar de haverem clientes interessados em comprá-los por bom preço, nomeadamente de várias cidades dos EUA que os queriam usar para fins turísticos.

Era material que tinha sido adquirido entre 1890 e 1920, e qualquer um sabia do seu valor histórico. Mesmo assim destruíram-no, apesar dos Amigos dos Caminhos de Ferro terem alertado as autoridades governamentais competentes no sentido de o evitarem.

E ainda este mês, a propósito dos 100 anos do Regicídio, se ficou a saber que as únicas gravações de voz do Rei D. Carlos, que pertenciam aos arquivos da antiga Emissora Nacional, foram queimadas em 1975, em plena fúria revolucionária.

Por aqui se vê do que vale deixar o património histórico entregue ao Estado. Por isso é importante os privados mentalizarem-se para a sua preservação.

João Quaresma

Anónimo disse...

Criminosos...

Devia ser a única carruagem oficina mais antiga em Portugal e aqueles cabr*** tinham de a destruir...

João Sequeira disse...

sobre o pedaço de cortiça (carimbo) que diz Alvalade queria dizer o seguinte : existe uma localidade (a norte) com o nome de Alvalade no Alentejo que tem estação da CP.
seria utilizado para carimbar as encomendas entre Castro Verde e Alvalade ?

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